Transplantes de órgãos caem 128% no Rio Grande do Norte, diz Sesap
A Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap) registrou queda de
128% na doação e transplantes de órgãos no Rio Grande do Norte. Entre os
meses de abril e junho, foram feitas 21 cirurgias de transplante,
contra 75 no mesmo período do ano passado.
A Sesap esclarece que está seguindo protocolos rigorosos, os quais
permitem a doação e transplante de órgãos de maneira segura, sem que
oferecer riscos ao transplantado. A Central de Transplantes do Rio
Grande do Norte também aponta para o aumento de recusa de famílias para a
doação de órgãos. No trimestre, de 25 famílias entrevistadas, 19
recusaram realizar a doações de órgãos de seus familiares. Esse fator
impactou diretamente para redução dos transplantes e, consequentemente,
no salvamento de vidas.
Ao todo, segundo a Central de Transplantes, foram realizados este ano
9 transplantes de córnea e 12 transplantes renais. No mesmo período em
2019, foram realizados 48 transplantes de córnea e 27 transplantes de
rins.
Esse agravante reduziu o número de possíveis doadores. Diante desse
cenário, a Sesap reforça o pedido para que as pessoas se tornem doadoras
de órgãos, a fim de que vidas sejam salvas.
Segundo a Sesap, para ser doador de órgãos basta apenas expressar em
vida aos seus familiares o desejo de ser um doador, não sendo necessário
nenhum documento oficial. As famílias de possíveis doadores são
assistidas por equipes especializadas que orientarão como proceder para
permitir a doação de órgãos.
“Quando acontece algum trauma, algum motivo que leve à morte
encefálica, a equipe especializada do hospital vai procurar e abordar a
família sobre a possibilidade da doação de órgãos. Isso acontece quando o
paciente já tem o diagnóstico médico de morte encefálica. Depois disso,
a equipe entrevista a família sobre o desejo e a permissão de doar os
órgãos do familiar. A família assina o documento dando a permissão para
que a doação aconteça.”, disse a nefrologista e coordenadora da Central
Estadual de Transplante, Rogéria Noga de Medeiros Nunes.
Rogéria Noga, coordenadora da Central Estadual de Transplantes,
esclarece como é realizado o procedimento para a realização da doação de
órgãos.
“Clinicamente, o médico fez o diagnóstico de morte encefálica. Após 6
horas, um neurologista avalia o paciente para confirmar o diagnóstico
de morte encefálica. Depois desse procedimento, é realizado um exame
confirmatório, podendo ser um eletroencefalograma ou doppler
transcraniano, que vai confirmar que não há atividade cerebral. Após
isso, é fechado o protocolo de morte encefálica. Ou seja, o paciente
faleceu. Nesse momento, é realizado a entrevista com a família para
comunicar o diagnóstico e saber se é possível fazer a doação. O familiar
responsável assina um documento concordando com a doação”, disse.
Logo após essas etapas, uma equipe captadora, composta por
cirurgiões, irão avaliar o paciente e proceder com a captação dos
órgãos. Esses órgãos são encaminhados para o Sistema Nacional de
Transplantes (SNT), onde é inserido numa lista e no ranking para saber
quem receberá os órgãos doados.
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