São Paulo inicia testes da vacina CoronaVac no dia 20 de julho, anuncia Doria
Após aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)
na última sexta-feira (3), o governo de São Paulo vai iniciar a fase 3
de teste em humanos da vacina contra o novo coronavírus, chamada de CoronaVac, no dia 20 de julho.

“A Anvisa autorizou o Instituto Butantan a iniciar os testes da
CoronaVac, a vacina está sendo desenvolvida junto com o laboratório
chinês. A partir da próxima segunda-feira (13), os voluntários já
poderão se inscrever. A inscrição será obrigatoriamente para
profissionais da saúde”, disse João Doria, governador de São Paulo. “Com
a aprovação da Anvisa, começaremos o processo de testagem a partir do
dia 20 de julho”, acrescentou.
Segundo Dimas Covas, diretor do Instituto Butantan, esta vacina
contra o novo coronavírus é desenvolvida pela Sinovac, sediada na China,
e é uma das mais promissoras do mundo, porque utiliza tecnologia já
conhecida e amplamente aplicada em outras vacinas. É também uma das mais
avançadas em testes. Ela já está na terceira etapa, chamada clínica, de
testagem em humanos. O laboratório chinês já realizou testes do produto
em cerca de mil voluntários na China, nas fases 1 e 2. Antes, o modelo
experimental aplicado em macacos apresentou resultados expressivos em
termos de resposta imune contra as proteínas do vírus.
“A fase 2 [de testes clínicos, feito na China] demonstrou a segurança
e a eficácia da vacina. Após 14 dias da segunda vacinação, mais de 90%
das pessoas vacinadas desenvolveram proteção. Então é uma vacina que tem
um perfil de proteção elevado”, explicou.
Os voluntários para a CoronaVac serão selecionados entre
profissionais de saúde, da rede pública ou privada, com mais de 18 anos,
que não tenham tido covid-19 [a doença provocada pelo novo coronavírus]
e que não estejam em teste para outras vacinas. Esses voluntários
poderão se candidatar por meio de um aplicativo do Instituto Butantan,
que deverá ser lançado na próxima segunda-feira (13). Os voluntários não
poderão ter doenças instáveis [que afetem a resposta imune], distúrbios
de coagulação e, as mulheres não poderão estar grávidas. “São esses
profissionais que estão mais expostos e que vão permitir o
desenvolvimento muito rápido do estudo clínico”, disse Dimas Covas.
Os testes com a CoronaVac serão realizados em 9 mil voluntários em
centros de pesquisas de seis estados brasileiros: São Paulo, Brasília,
Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraná. A pesquisa
clínica será coordenada pelo Instituto Butantan e o custo da testagem é
de R$ 85 milhões, custeados pelo governo.
A vacina é inativada, ou seja, contém apenas fragmentos do vírus,
inativo. Com a aplicação da dose, o sistema imunológico passaria a
produzir anticorpos contra o agente causador da covid-19, a doença
provocada pelo novo coronavírus. No teste, metade das pessoas receberão a
vacina e metade receberá placebo, substância inócua. Os voluntários não
saberão o que vão receber.
Segundo Dimas Covas, diretor do Instituto Butantan, caso os testes
comprovem a eficácia da vacina, 60 milhões de doses iniciais estarão
disponíveis para o Brasil pelo laboratório chinês até o final deste ano.
Esta é a segunda vacina que está sendo testada no Brasil. A primeira é
a que está sendo produzida pela Universidade de Oxford, no Reino Unido.
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