Doação de órgãos cai durante pandemia e fila de espera por rins e córneas aumenta no RN
Durante a pandemia do novo coronavírus, o número de doações de órgãos
caiu no Rio Grande do Norte, de acordo com dados da central de
transplante do estado. Com isso, as filas de pacientes à espera de
órgãos como rins e córneas aumentou no último trimestre.
De abril a junho, de 25 famílias entrevistadas, apenas seis aceitaram
que os órgãos de seus entes falecidos fossem doados - uma redução de 85%
em relação ao mesmo período do ano passado, quando 40 famílias
aceitaram realizar doações.
Com a diminuição da oferta, o número de pacientes esperando por doação
de córnea saltou de 280 no ano passado para atuais 325 - aumento de 16%.
Os pacientes renais, que já esperavam em média dois anos por uma
doação, devem esperar ainda mais. São atuais 219 na fila contra 180 no
ano anterior - um acréscimo de 21%.
De acordo com a coordenadora da Central de Transplantes, Rogéria
Medeiros, há pelo menos duas explicações para a redução das doações. A
primeira é que, com o isolamento social, houve redução de acidentes e
mortes por trauma - de onde surge grande parte dos doadores. "Isso não
foi apenas no estado, mas em todo o país. Houve uma redução do número de
possíveis doadores", afirma.
Outro motivo é a negativa das famílias, preocupadas com a demora para
liberação do corpo para sepultamento, visto que o processo pode levar
três dias a mais. Além dessas razões, existem as recusas que ocorrem
normalmente, por questões de crença ou desinformação sobre o processo de
doação.
Além de córneas e rins, a central de transplante do Rio Grande do Norte
trabalha com doações de medula óssea. Porém o processo de doação de
medula ocorre de maneira diferente, visto que o doador é vivo e doa uma
amostra de sangue para um banco nacional de dados. Com o surgimento de
um paciente cujas características genéticas sejam compatíveis, ele é
convocado.
G1 RN.
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